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Small Euribor Swings, Big Impact on Portugal Home Loans for Expats

Economy,  Immigration
By The Portugal Post, The Portugal Post
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A moderada volatilidade das taxas interbancárias na zona euro voltou a testar o bolso de quem vive em Portugal. Numa semana em que o Banco Central Europeu manteve o seu compasso de espera, a Euribor recuou ligeiramente a 3 meses mas manteve-se teimosamente acima de 2 % nos prazos mais longos. Para residentes estrangeiros com crédito à habitação ou planos de abrir conta à ordem no país, o detalhe desses movimentos faz diferença — e não é apenas na prestação bancária do próximo mês.

Porque é que a Euribor influencia o seu quotidiano em Portugal

Mesmo sem dominar jargão financeiro, qualquer expatriado que assine um contrato de crédito à habitação, abra uma conta poupança, invista num certificado do Tesouro, renegocie renda de longo prazo, ou simplesmente converta poupanças em euros, esbarra na Euribor. O índice resulta de transações reais entre grandes bancos europeus e serve de base a quase todos os empréstimos de taxa variável, aos depósitos a prazo e aos spreads praticados no país. Como 23 % dos estrangeiros residentes em Portugal possuem imóveis financiados, pequenas flutuações de 0,01 p.p. podem traduzir-se em dezenas de euros mensais. Por isso, compreender a dinâmica recente, as expectativas do BCE e a forma de cálculo tornou-se parte da rotina de qualquer gestor do lar expatriado.

O que mudou esta semana: números para ter na ponta da língua

Na sexta-feira, a Euribor a 3 meses caiu para 2,000 %, consolidando uma descida de 0,029 p.p. desde terça-feira. Já a Euribor a 6 meses desceu apenas 0,011 p.p., fixando-se em 2,108 %, enquanto a maturidade de 12 meses abrandou para 2,167 % após oscilar durante a semana. Embora milimétricos, estes movimentos encerram sinais de curto prazo: o mercado monetário continua a precificar inflação estável, admite um eventual corte suave na próxima reunião de outubro e já não antecipa quedas agressivas como as vistas entre junho de 2024 e maio de 2025. No agregado de agosto, todas as médias mensais subiram — 2,021 % (3 m), 2,084 % (6 m) e 2,114 % (12 m) — assinalando o primeiro mês de viragem após oito quedas mensais consecutivas.

Ler as entrelinhas do BCE: pausa, mas sem complacência

Ao optar por deixar a taxa de depósito em 2 %, o BCE transmitiu que "a fase de desinflação terminou", como frisou Christine Lagarde. Para estranhos ao linguajar de Frankfurt, isto significa duas coisas: 1) a autoridade monetária considera que a inflação já está suficientemente perto do alvo de 2 %; 2) não vê urgência em prosseguir com a flexibilização monetária. A consequência imediata é que a Euribor mais curta espelha liquidez abundante do sistema, ao passo que as maturidades de 6 e 12 meses embutem a crença de que as taxas ficarão "altas por mais tempo". Além disso, a revisão em alta do PIB da zona euro para 1,2 % em 2025 reforça a leitura de que a economia dispensa estímulos adicionais, o que segura o custo de financiamento dos bancos comerciais e, por extensão, da sua hipoteca em Lisboa, Porto ou Albufeira.

Como cada prazo mexe com a sua hipoteca e o seu rendimento

Portugal continua a privilegiar a Euribor a 6 meses em 38 % dos contratos, mas quase um terço dos mutuários estrangeiros preferem a maturidade anual por oferecer revisões menos frequentes. Quem indexou o empréstimo à Euribor a 3 meses desfruta hoje da parcela mais baixa, porém sofre revisões trimestrais — e qualquer pico futuro será refletido com rapidez. Já os contratos atrelados a 6 e 12 meses pagam hoje um prémio de 0,1 p.p., mas ganham previsibilidade até ao próximo semestre ou ano. Para quem investe em depósitos, o raciocínio inverte-se: depósitos indexados à Euribor de 12 meses oferecem cupões mais generosos, enquanto produtos de curto prazo capturam liquidez barata. Em ambas as pontas, o spread bancário — margem fixa adicionada à Euribor — continua a variar entre 0,8 % e 1,5 % para perfis estrangeiros considerados de baixo risco.

Perspetivas até dezembro e truques para o seu planeamento financeiro

Relatórios de casas como Trading Economics, SEB Bank e o Painel Funcas convergem num cenário de estabilização perto de 2 %. As projeções apontam para 2,03 % na Euribor a 3 meses e 1,98 % na de 6 meses no fecho de 2025; a maturidade anual deverá oscilar entre 1,9 % e 2,2 %. Para tirar partido destas perspetivas, três linhas de ação sobressaem: revisar o seguro de vida associado à hipoteca, considerar uma amortização extraordinária se dispõe de capital poupado em moeda forte, e comparar depósitos estruturados que paguem cupões trimestrais alinhados com a curva Euribor. Pequenas decisões agora podem libertar centenas de euros anuais — dinheiro que, em vez de ir para o banco, pode financiar a exploração gastronómica, as propinas de filhos em escolas internacionais ou aquela inevitável viagem a casa no Natal.

Para acompanhar as futuras decisões do BCE, consulte o comunicado oficial em ecb.europa.eu e compare diariamente as taxas publicadas pelo Banco de Portugal em www.bportugal.pt.