Short-Term Euribor Rise Signals New Costs for Foreign Homebuyers in Portugal

Quem tem um empréstimo para casa em Portugal — ou pensa pedi-lo nos próximos meses — percebeu nas últimas semanas que os alertas sobre a Euribor voltaram a soar. Os prazos de 3, 6 e 12 meses não estão a mover-se em bloco: o mais curto ganha tração, o intermédio dá sinais de pausa e o anual parece ter deixado de cair. Para quem vive de salário em euro mas poupa noutra moeda, ou para quem recebe rendimentos mistos em remote work, este ziguezague determina quanto dinheiro sobra no fim do mês e até que ponto compensa fixar a taxa por alguns anos.
Porque a taxa interbancária domina as prestações em Portugal
A esmagadora maioria dos contratos de crédito à habitação no país segue a Euribor, somando-lhe apenas um spread bancário. Por isso, qualquer oscilação na curva interbancária repercute-se nas prestações de famílias e expatriados com conta em Lisboa, Porto ou Faro. Desde o ciclo de subidas iniciado em 2022, quem chegou de mercados anglo-saxónicos estranhou a rapidez com que um índice que não assinou determina a fatura bancária. Com o BCE a ter reduzido oito vezes a taxa de depósitos entre 2024 e 2025, muitos viram alívio na mensalidade. Agora, porém, a fase de cortes parece chegar ao fim, e é aqui que as diferenças entre maturidades ganham importância.
Julho em números: 3, 6 e 12 meses deixam de marchar em cadência
Na penúltima sexta-feira, a Euribor a 3 meses tocou 1,995%, bem acima dos 1,969% do início do mês e afastando-se das previsões de 2,028% feitas em junho. A maturidade de 6 meses, a preferida em novos contratos, manteve-se praticamente imóvel em 2,051%, depois de ter rondado 2,049% na sessão anterior. Já a referência anual, que há um ano superava 4%, está agora em 2,078% — ligeiramente acima dos 2,065% registados na mesma semana, o que confirma que a descida de fundo talvez já tenha ficado para trás.
A estratégia do BCE: travão firme depois de sete cortes
Christine Lagarde e colegas reuniram-se a 23 e 24 de julho com uma mensagem clara: pausa. A taxa de depósitos ficou em 2% e, segundo 58% dos economistas auscultados pela Bloomberg, apenas um novo corte de 25 pontos base poderá ocorrer até dezembro. O banco central reviu em baixa a inflação prevista para 2025 (2,0%) e para 2026 (1,6%), mas prefere avançar reunião a reunião. Para a Euribor, este discurso traduz-se numa curva quase horizontal nos prazos mais curtos e numa ligeira inclinação ascendente lá mais adiante, porque o mercado já admite subidas modestas em 2026.
O que muda hoje para quem já tem empréstimo
Se o seu contrato é revisto com base na Euribor a 6 ou 12 meses, a prestação continuará a descer, mas a passos curtos. Quem renegociou em 2023, quando a referência anual rondava 4,2%, já pode estar a poupar mais de €150 por mês. O alívio adicional até dezembro deverá ser inferior a €30 caso a Euribor abrande a descida perto de 2%. Há ainda um travão invisível: vários bancos começam a subir spreads ligeiramente para proteger margens, movimento que pode anular parte da poupança.
Vale a pena comprar casa agora?
Para recém-chegados que pensam fixar-se no país, o dilema é escolher entre taxa variável, mista ou fixa. A taxa mista domina as novas operações (75,5% no segundo trimestre), porque oferece 2, 5 ou 10 anos de previsibilidade antes de regressar à Euribor. Alguns bancos anunciam spreads a partir de 0,70% e até isenção parcial de IMT para quem tem menos de 35 anos, embora muitas destas campanhas terminem no verão. Se a sua estratégia financeira depende de fluxos em dólar ou libra, lembre-se de que a euriborização do seu crédito o expõe duplamente: a movimentos da moeda e à maré do BCE.
Perspetiva até ao final de 2025
Futuros negociados em meados de julho apontam a Euribor a 6 meses em 1,85% e a 12 meses perto de 2% no final do próximo ano. Tal cenário sugere prestações estáveis, não em queda livre. Analistas do Bankinter acham mesmo que o piso poderá rondar 2,10% para a taxa anual. Se as previsões se confirmarem, a descida de mais €15 a €25 por cada €100.000 de dívida será o máximo que os titulares de crédito verão em 2026. Já quem adiar a compra poderá apanhar a próxima curva ascendente, caso o BCE inverta o rumo. Por isso, o tempo de decisão está a ficar mais curto — e a leitura diária da curva Euribor volta a ser um exercício obrigatório para quem tem Portugal no horizonte.

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