Portuguese Households Took Out €726m in Consumer Loans This June

A oscilar entre taxas de juro ainda elevadas e um Verão em que as famílias reforçam o orçamento para férias, carros ou pequenas obras em casa, o mercado de crédito ao consumo em Portugal voltou a surpreender: 726.1 M € de novos empréstimos foram contratados em junho, 13.4% acima do mesmo mês do ano passado — mas simultaneamente 10.2% abaixo de maio. Para quem vive cá há pouco tempo, estes números ajudam a decifrar o pulso financeiro dos lares portugueses e antecipar tendências que podem tocar no custo de vida, nos preços dos bens em segunda mão e até na disponibilidade dos bancos para financiar estrangeiros.
Um salto estival, mas não linear
Depois de um arranque de ano marcado por oscilações, junho trouxe o seu próprio paradoxo. O montante total de crédito ao consumo subiu em termos homólogos, mas caiu face ao mês anterior, sinal de que o apetite por endividamento continua forte, embora sensível a variações sazonais e às campanhas promocionais dos bancos. No total de 136 963 contratos, mais de 70 000 foram simples cartões de crédito ou descobertos, enquanto 46 141 envolveram crédito pessoal e pouco menos de 19 000 financiaram compras de automóvel. Comparando com junho de 2024, o número de contratos avançou 10.4%, confirmando que as famílias permanecem dispostas a recorrer ao banco mesmo em contexto de inflação moderada.
De onde vem o dinheiro novo?
O motor principal foi o crédito pessoal, que alcançou 319.2 M € — 14.3% de aumento — e cobre de tudo um pouco: consolidar dívidas, pagar propinas ou instalar painéis solares. Logo a seguir surge o crédito automóvel com 294 M €, reforçado pelo mercado de carros usados, que sozinho soma 215 M €. Quanto aos cartões de crédito, cresceram apenas 7.3%, mas respondem por mais de metade dos novos contratos, demonstrando como o recurso a limites rotativos continua a ser a porta de entrada para o consumo financiado.
Juros descem devagar, mas continuam caros
Apesar das reduções pontuais do Banco Central Europeu, o Banco de Portugal ainda fixa plafonds máximos que fazem qualquer recém-chegado franzir o sobrolho: em meados de 2025, as linhas de cartão podiam cobrar acima de 19%, outros créditos pessoais chegavam a 15.9% e até o financiamento de veículos usados rondava 8.3%. A boa notícia é a tendência ligeiramente descendente prevista para o final do ano, com tetos de 8.6% nos empréstimos para educação, saúde ou transição energética. Para estrangeiros que ponderam financiar um carro ou uma renovação, vale a pena comparar ofertas, negociar prazos curtos e ter em conta que as simulações publicitadas raramente incluem o seguro de vida obrigatório.
Porque é que isto interessa a quem vem de fora?
Quando os portugueses recorrem mais ao crédito, o dinheiro extra alimenta o consumo de eletrodomésticos, automóveis e serviços pessoais, pressionando preços que já vinham a desacelerar. Em paralelo, bancos e financeiras tornam-se seletivos: mantêm origem de rendimentos no radar, pedem comprovativos de residência fiscal e, muitas vezes, exigem que expats detenham NIF português há pelo menos 6 meses antes de aprovar um limite relevante. Para quem planeia fixar-se, perceber esta dinâmica é essencial para cronometrar compras avultadas ou renegociar condições antes que um eventual corte adicional nas taxas de referência se reflita nos spreads.
Sinais de stress no horizonte
O rácio de incumprimento em crédito ao consumo foi de *8.1% em 2024 e, embora não haja ainda valores fechados para 2025, o sobre-endividamento continua entre as preocupações de Lisboa. O regulador tem alertado para o risco de famílias com orçamentos apertados recorrerem a empréstimos de curto prazo para despesas correntes. Dois sites não autorizados a conceder crédito foram alvo de aviso em agosto, e o futuro governador já avisou que “não há espaço para complacência” face à dívida das famílias. Expats devem, portanto, vigiar a taxa de esforço e evitar acumular vários produtos com taxas variáveis.
Dicas rápidas para navegar o mercado
Antes de assinar qualquer contrato, confirme se a entidade está listada no registo do Banco de Portugal, peça a Ficha de Informação Normalizada, simule o TAEG em diferentes prazos e verifique penalizações por amortização antecipada. Se tiver rendimentos no estrangeiro, pergunte desde logo quais documentos de validação tributária são aceites — muitos bancos exigem traduções certificadas. Finalmente, lembre-se: em Portugal existe direito legal ao período de reflexão de 14 dias em crédito ao consumo; use-o se mudar de ideias ou encontrar melhor oferta.

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