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Portugal’s Basketball Squad Sets Sights on EuroBasket Knockouts

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By The Portugal Post, The Portugal Post
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Rafael Lisboa não falou para encher o ar de bravatas. Quando o base do Ourense Baloncesto lembrou que a Seleção portuguesa chega ao EuroBasket 2025 determinada a atravessar a fase de grupos, resumiu a energia que se vive no balneário. Para os estrangeiros que escolheram Portugal como casa—ou pensam fazê-lo—este ímpeto diz muito sobre um país onde o desporto costuma ficar na sombra do futebol, mas onde começam a despontar nomes como Neemias Queta, vitórias sobre a campeã Espanha e a convicção de que em Riga tudo é possível. Passar entre os quatro melhores do difícil Grupo A deixaria um rasto de orgulho nacional, abriria portas a um octavos-de-final inédito e reforçaria a imagem de um território onde a ambição derrota a geografia.

Porque a declaração de Rafael Lisboa interessa aos expatriados

Os recém-chegados a Lisboa, Porto ou Algarve descobrirão rapidamente que o basquetebol ainda não enche praças públicas, mas a meta traçada por Rafael Lisboa funciona como termómetro cultural. Quando um atleta de 25 anos assume que "chegar aos oitavos é o mínimo" está a convidar o país—e os seus novos residentes—para uma narrativa de superação, algo muito português. Para quem gere negócios cá, um bom desempenho no campeonato pode catapultar patrocínios, academias e até novas infra-estruturas em cidades médias, criando oportunidades de investimento, emprego e turismo desportivo. Em termos de integração social, acompanhar um jogo num café, rodeado por adeptos de cachecol, pode ser uma via rápida para quebrar o gelo linguístico que por vezes afasta expatriados dos locais.

Quarta aventura de Portugal no EuroBasket: um flashback indispensável

A história conta apenas três presenças: 1951 em Paris, 2007 na Espanha e 2011 na Lituânia. O melhor registo, 9.º lugar em 2007, ainda vibra na memória dos fãs veteranos porque incluiu triunfos sobre Macedónia, Israel e Bósnia-Herzegovina. Depois veio a travessia do deserto: 14 anos fora da elite continental. A classificação para 2025—conseguida graças a êxitos surpreendentes contra a Ucrânia e a então campeã 2017 Eslovénia—alimenta o discurso de que o basquetebol português entrou, finalmente, numa curva ascendente. Para residentes estrangeiros que viveram noutros países dominantes na modalidade, assistir a esta "escola primária" de grandes torneios pode parecer modesto; ainda assim, há beleza genuína em ver um projeto nacional renascer quase do zero.

Do NBA ao campeonato local: quem veste a camisola em Riga

O selecionador Mário Gomes confirmou 12 jogadores e a lista combina talento emergente com experiência: o poste Neemias Queta, rosto dos Boston Celtics, garante centímetros e marketing; o norte-americano naturalizado Travante Williams injeta fogo no perímetro; o capitão Miguel Queiroz traz mais de 100 internacionalizações na bagagem. A rotação de bases inclui Diogo Gameiro, Diogo Ventura, Francisco Amarante e, claro, Rafael Lisboa. No miolo reforçam-se as tabelas com Daniel Relvão e o ex-FC Porto Vladyslav Voytso. Para expatriados curiosos, vale a pena reparar na democratização geográfica do plantel: metade dos atletas atua em clubes espanhóis ou romenos, prova de que a mão-de-obra lusa encontra espaço competitivo fora do país—um espelho do próprio fenómeno migratório.

Grupo A em Riga: o epicentro da tensão

Não há grupo morno: Sérvia (n.º 2 mundial), a co-anfitriã Letónia, a tradicionalmente imprevisível Turquia, a renascida Chéquia e a talentosa embora irregular Estónia travam batalha com Portugal por quatro lugares. Analistas da FIBA classificam este lote como "o mais equilibrado" da primeira fase. Para quem vive em Portugal e considera viajar, Riga oferece ligações aéreas diretas via Madrid ou Frankfurt; dos seis jogos, o confronto inaugural a 27 de agosto frente à Chéquia pode definir a maré. A matemática é simples mas cruel: dois triunfos quase garantem apuramento; uma única vitória obriga a combinações pouco prováveis; zero vitórias sela o passaporte de regresso precoce.

Ensaios de verão: vitórias emblemáticas e lições duras

O estágio começou em Coimbra a 22 de julho e espalhou-se por Málaga, Madrid, Braga e Sines. As manchetes ficaram para o 76-74 sobre a Espanha—primeira vez que Portugal bateu a campeã em título—e para o 83-79 contra a Islândia onde Travante se transformou em "glue guy" mandando no ataque e na defesa. Em 5 jogos de preparação, somaram-se 3 vitórias e 2 derrotas, saldo que oferece confiança sem alimentar arrogância. Para residentes estrangeiros, especialmente norte-americanos, o desempenho de Queta interessa-lhes em dose dupla: avalia a saúde do joelho que operou no inverno e serve como barómetro da influência cada vez maior da NBA nos sistemas táticos europeus.

Obstáculos, probabilidades e o que as casas de apostas ainda não dizem

Portugal surge no ranking FIBA em 55.º—a pior colocação entre os 24 países em prova—e nenhuma casa de apostas séria lhe atribui odds inferiores a 1:15 para chegar aos quartos. No entanto, três variáveis mantêm analistas cautelosos: a capacidade de Queta impor presença nos dois lados do campo; a defesa zonal que Gomes tem afinado e que baralhou a Espanha; e a maturidade dos jovens bases em jogos de alta rotação. Para quem investe ou trabalha no ecossistema do desporto, cada vitória inesperada eleva o valor de mercado dos jogadores e pode catalisar parcerias de sponsoring em academias locais, sobretudo no litoral norte onde o basquetebol tem maior massa crítica.

Informações práticas: acompanhar o torneio dentro e fora de Portugal

Ainda que os Jogos ocorram em Riga, a federação contratou a Sport TV para transmissões em direto e a RTP3 assegura resumos diários abertos. Bares temáticos como o Timeout Lisboa, o Bonfim Basket Bar no Porto ou o Marias Sports Pub em Faro confirmaram telas gigantes e promoções especiais para quem veste vermelho e verde. Se o plano for viajar, prepare-se para preços hoteleiros inflacionados em +40% durante a janela 26 agosto-4 setembro. De Portugal não há voos diretos; o caminho mais curto é Lisboa-Madrid-Riga (10 h totais). Estrangeiros residentes devem levar o Cartão Europeu de Seguro de Doença—válido em toda a UE—e podem utilizar linhas de autocarro locais por €1,50 entre o centro e a arena.

Depois da buzina final: o que 2025 pode significar para o basquetebol luso

Mesmo que o sonho dos oitavos morra em fase de grupos, a simples presença de Portugal coloca o país no radar de federações estrangeiras, amplia a base de praticantes e, mais importante, inspira miúdos que até aqui olhavam apenas para o Estádio da Luz ou Alvalade. Para expatriados, a evolução da modalidade oferece novos nichos de networking, voluntariado e negócios de formação. Caso Lisboa, Queta e companhia consigam furar a lógica do ranking, o eco chegará a Boston, Belgrado e Instambul—e talvez o próximo estrangeiro a mudar-se para Portugal veja um pavilhão cheio de camisolas 51 com o nome "Queta" a vibrar tão alto quanto um dérbi de futebol.