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Orange Alert Hits Flores and Corvo Amid Azores Weather Whiplash

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By The Portugal Post, The Portugal Post
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A madrugada desta quarta-feira deixou muitos estrangeiros a viver nas ilhas das Flores e do Corvo a perguntar-se se deviam adiar voos ou reforçar janelas. Em poucas linhas: o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) subiu o aviso para laranja durante seis horas, previu chuva intensa capaz de provocar cheias súbitas, mas a perturbação deslizou rapidamente para leste e, já na sexta-feira, o semáforo oficial voltou a verde. Mesmo assim, o episódio volta a lembrar que o extremo ocidente do arquipélago é um dos palcos mais instáveis do Atlântico.

A weather roller-coaster for Portugal’s westernmost outposts

As ilhas ocidentais vivem de contrastes: manhãs de céu limpo podem virar-se em minutos para rajadas de 100 km/h e aguaceiros tropicais. Este setembro tem sido particularmente volátil. Um cordão de tempestades atlânticas passou bem a norte das Flores no dia 15, mas bastou um braço dessa circulação para empurrar humidade sobre a vertente sudoeste. Para quem acabou de se mudar, a sensação é estranha: o mesmo lugar onde cabem piqueniques entre hortênsias pode, horas depois, registar rácios de precipitação raros em território continental.

What triggered the mid-September upgrade

O IPMA começou por sinalizar o grupo Ocidental com aviso amarelo, mas imagens de satélite revelaram uma superfície frontal fria ondulada, projetando núcleos de convecção capazes de despejar entre 21 e 40 mm/h de água — exactamente o limiar que justifica o salto para Aviso Laranja. Os meteorologistas identificaram ainda clusters de relâmpagos alinhados com o corredor de humidade e fixaram a janela mais crítica entre 00:00 e 06:00 UTC de 17 de setembro. Assim que os picos de reflectividade começaram a dissipar-se, o alerta desceu, mas não sem antes deixar ribeiras inchadas e vários voos inter-ilhas reprogramados.

How Portugal’s color code works

Expats recém-chegados muitas vezes confundem alerta amarelo com proibição de sair à rua. Na realidade o sistema funciona como um semáforo de quatro patamares: Verde (tempo sem restrições), Amarelo (vigilância reforçada), Laranja (risco elevado) e Vermelho (perigo extremo). Só nos dois últimos entram em cena protocolos como fecho de escolas, cancelamento de ligações marítimas ou reconfiguração de rotas aéreas. Para precipitação, basta ultrapassar a intensidade horária mencionada para que o IPMA ative o tom laranja; já o vermelho requer valores acima de 40 mm/h ou ventos superiores a 130 km/h.

Should residents and visitors be worried?

Não houve danos significativos registados desta vez, mas a mensagem permanece: quem vive ou viaja nestas ilhas deve encarar o tempo como parte do itinerário. Horários de voo, passeios de baleeira e até reservas em restaurantes costeiros podem mudar de um dia para o outro. Estradas interiores, esculpidas em falésias, são propensas a deslizamentos quando o solo encharca. Operadores turísticos cancelam caminhadas assim que o IPMA sobe para laranja — e o seguro de rent-a-car raramente cobre travessias de ribeiras alagadas. A regra de ouro é observar as recomendações da Proteção Civil e manter planos flexíveis, sobretudo entre outubro e março, quando o Atlântico ganha fôlego extra.

A string of high-grade warnings since 2020

Quem acompanha boletins regionais sabe que este não foi um caso isolado. Em abril 2021, rajadas superiores a 120 km/h obrigaram a declarar aviso laranja por vento. Outubro 2024 trouxe o rasto do furacão Kirk, com ondas que tocaram os 17 m — tão excepcionais que o alerta chegou a vermelho. Em janeiro, fevereiro, março e abril de 2025, sucessivas depressões — entre elas a Garoe — elevaram repetidamente a fasquia para agitação marítima. O balanço dos últimos cinco anos mostra ao menos sete janelas laranja ou vermelhas na dupla Flores-Corvo. Apesar da frequência, os impactos têm sido limitados a pequenos danos em infra-estruturas portuárias e reativações pontuais de planos municipais de emergência.

Preparing like a local

Autoridades repetem os mesmos conselhos porque funcionam: trancar objetos soltos, desentupir caleiras, escolher rotas longe de arribas quando a chuva aperta. A Proteção Civil recomenda ainda descarregar a aplicação "Meu ANEPC" para receber push-alerts, ter um power-bank carregado e acompanhar o noticiário em 88.5 FM caso a internet falhe. Moradores experientes retiram barcos de recreio dos ancoradouros, prendem ecopontos com cintas de carga e evitam miradouros expostos. Em última análise, viver no extremo ocidental dos Açores é aceitar uma convivência constante com o Oceano Atlântico — e, como qualquer vizinhança, exige alguma cortesia com os humores do clima.

Para informações oficiais, consulte o IPMA e siga as atualizações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.