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Madeira Crosswinds Ground Flights, Catching Portugal-Based Expats Off Guard

Transportation,  Tourism
By The Portugal Post, The Portugal Post
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A semana começa com mais um aviso aos viajantes: o vento que varre a costa leste da Madeira voltou a baralhar horários no aeroporto Cristiano Ronaldo, cancelando aterragens, desviando aeronaves e pondo à prova a paciência de quem tem férias marcadas para o arquipélago. Para quem vive em Portugal continental ou acabou de se mudar e ainda não domina os truques da aviação insular, eis o que está a acontecer – e o que pode fazer para não ficar em terra.

Por que este problema interessa a quem voa das cidades portuguesas

A ligação entre Lisboa, Porto e Funchal é uma das rotas mais procuradas por residentes estrangeiros para escapadelas de fim-de-semana. Quando o vento cruzado ultrapassa os limites operacionais, o aeroporto fecha em poucos minutos e mesmo voos já em descida são forçados a dar meia-volta. Numa ilha onde o avião é quase a única porta de entrada, cada cancelamento desencadeia uma cascata de mudanças de planos que atinge tanto quem aterra como quem tenta regressar ao continente.

Julho agitado: o que já aconteceu este mês

Os registos mostram que, só na primeira semana de julho, mais de 100 movimentos – chegadas e partidas – ficaram em terra. O auge deu-se a 6 de julho, com 30 cancelamentos e 15 desvios antes do pôr-do-sol. Outra vaga a 25 de julho obrigou quatro aeronaves a abortar a aproximação e nove a procurar refúgio em Porto Santo, Lisboa ou até Manchester. Companhias populares entre expatriados, como easyJet, Ryanair, TAP e British Airways, figuram entre as mais castigadas.

A ciência por trás das rajadas madeirenses

A pista estende-se num planalto junto ao mar, flanqueada por montanhas que canalizam correntes de norte-nordeste. O resultado é um efeito túnel que multiplica a velocidade do vento nos 300 metros finais da aproximação. Enquanto a média horária de julho ronda 20 km/h, rajadas instantâneas superam 45 km/h sem pré-aviso. A Autoridade Nacional de Aviação Civil estuda, desde a primavera, novos sensores para mapear essas micro-variações e decidir se os atuais limites – 15 nós de cruzado para certos modelos – podem ser ajustados.

Como companhias e controlo de tráfego agem em dias de vendaval

A NAV Portugal classifica o Funchal como "aeroporto de comandantes": apenas o piloto-chefe pode pousar. Para ganhar o selo madeirense, precisa de 200 horas na aeronave, treino em simulador com falha de motor e prática recente de aproximações visuais. Em terra, a ANA mostra em tempo real no site o estado de cada voo. Durante as interrupções de julho, a empresa abriu zonas de descanso adicionais e distribuiu vales de refeição quando a espera ultrapassou três horas, embora passageiros relatem que o stock de hotéis esgotou rapidamente.

Greve no ‘handling’ complica ainda mais a equação

À meteorologia somou-se uma paralisação de seis fins-de-semana na SPdH/Menzies, encarregada do carregamento de bagagens. O Funchal não é o epicentro do protesto – Lisboa sofre bem mais – mas qualquer atraso no continente reverbera na Madeira, atrasando tripulações e reduzindo as janelas em que é seguro operar entre rajadas.

Se o seu voo for afetado

Primeiro passo: consulte a app da companhia e o portal da ANA antes de sair de casa. Se surgir “cancelado” ou “divertido”, contacte o serviço de apoio ao cliente – por telefone costuma ser mais rápido do que pelo chat. A legislação europeia dá direito a reacomodação ou reembolso, mas não a indemnização quando o culpado é o vento. Guarde recibos de hotel e refeições; muitas vezes a transportadora cobre despesas mesmo fora da obrigação legal. E lembre-se: Porto Santo, a 15 minutos de voo, serve de alternativa e pode garantir lugar no próximo dia.

Olhar em frente: que mudanças esperar

O estudo encomendado pela ANAC deverá terminar no fim do verão e pode recomendar novos limites de vento ou métodos de aproximação por satélite que minimizem a exposição a rajadas. Até lá, o conselho mantém-se: planeie com margem, evite conexões apertadas no regresso ao trabalho em Lisboa ou Londres e, se possível, opte por voos matinais, quando as correntes tendem a ser mais brandas. A recompensa – pousar entre falésias verdes e mar azul-cobalto – continua a valer cada minuto de suspense.

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